5 de março de 2010

Fidelidade na Reforma do Regime Alimentar

O propósito de Deus, em relação aos Seus filhos, é que cresçam até à estatura perfeita de homens e mulheres em Cristo Jesus. Para o conseguir, cumpre que façam uso legítimo de toda faculdade do espírito, alma e corpo. Não devem desperdiçar nenhuma força mental nem física.


O assunto de como preservar a saúde é de importância capital. Estudando-o no temor de Deus, acharemos que o melhor para a nossa prosperidade, tanto física como espiritual, é observar regime alimentar simples. Estudemos pacientemente a questão. Necessitamos de sabedoria e bom critério, a fim de proceder sabiamente neste assunto. As leis da Natureza não devem ser contrariadas, mas obedecidas.


Os que têm sido instruídos com relação aos efeitos prejudiciais do uso da alimentação cárnea, do chá e do café, bem como de comidas muito condimentadas, e que estão resolvidos a fazer com Deus um concerto com sacrifício, não hão de continuar a satisfazer o seu apetite com alimentos que sabem ser prejudiciais à saúde. Deus requer que o apetite seja dominado, e se pratique a renúncia no tocante às coisas que fazem mal. É esta uma obra que tem de ser feita antes que o povo de Deus possa ser apresentado diante dEle perfeito.


Responsabilidade Pessoal


O povo remanescente de Deus deve estar convertido. A apresentação desta mensagem, visa à conversão e santificação das almas. Devemos sentir neste movimento a virtude do Espírito de Deus. É esta uma mensagem maravilhosa e definida; significa tudo para quem a recebe e deve ser proclamada em alta voz. Devemos ter fé verdadeira e constante em que esta mensagem há de continuar aumentando de importância até ao fim.
Alguns crentes professos aceitam certas porções dos Testemunhos como mensagens de Deus, ao passo que rejeitam outras que condenam suas inclinações favoritas. Essas pessoas estão contrariando a própria prosperidade, bem como a da igreja. Importa que andemos na luz, enquanto ela estiver conosco. Os que dizem crer na reforma do regime alimentar, e contudo lhe contrariam os princípios nas suas práticas cotidianas, estão prejudicando a própria alma, deixando má impressão no espírito de outros crentes e dos incrédulos.


Vigor Mediante a Obediência


Arcam com grande responsabilidade os que conhecem a verdade, para conseguir que todas as suas obras correspondam à sua fé, sua vida seja purificada e santificada, e eles preparados para a obra que tem de ser rapidamente feita nestes últimos dias. Não dispõem de tempo nem de forças para gastá-los com satisfazer o apetite. As seguintes palavras devem soar-nos aos ouvidos com impressiva gravidade: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor." Atos 3:19.
Muitos dentre nós têm espiritualidade deficiente, e, a menos que sejam totalmente convertidos, se perderão irremediavelmente. Quereis correr este risco?
Orgulho e fraqueza de fé privam a muitos das ricas bênçãos de Deus. Muitos há que, se não se humilharem diante de Deus, hão de ficar surpreendidos e desapontados quando soar o clamor: "Aí vem o esposo!" Mat. 25:6. Têm a teoria da verdade, falta-lhes, porém, o óleo nos vasos para as lâmpadas. Nossa fé no presente tempo não deve consistir em mero assentimento ou em simplesmente acreditar a teoria da terceira mensagem. Precisamos do óleo da graça de Cristo para prover as nossas lâmpadas, e fazer que a luz de nossa vida brilhe, indicando o caminho aos que estiverem em trevas.


Se quisermos fugir de uma experiência claudicante, cumpre-nos operar com diligência e sem demora a nossa própria salvação, e isto com temor e tremor. Muitos há que não dão prova categórica de sua fidelidade aos votos do batismo. Seu zelo está arrefecido pela formalidade, ambições mundanas, orgulho e amor-próprio. De quando em quando, seus sentimentos são estimulados, porém não se deixam cair sobre a rocha, Cristo Jesus. Não se chegam a Deus com coração contrito e arrependido, confessando seus pecados.


Os que em seu coração experimentam os efeitos da legítima conversão, hão de em sua vida revelar os frutos do Espírito. Oxalá se persuadissem todos os que têm vida espiritual tão diminuta, de que a vida eterna só será concedida aos que participam da natureza divina, fugindo às corrupções e concupiscências deste século!


Somente a virtude de Cristo é que pode operar uma transformação do coração e do espírito, a qual todos necessitam a fim de poder com Ele partilhar a nova vida no reino dos Céus. "Aquele que não nascer de novo", disse Jesus, "não pode ver o reino de Deus". João 3:3. A religião que vem de Deus é a única que a Ele conduz. Para podermos servi-Lo como convém, importa nascer do divino Espírito. Seremos então induzidos à vigilância, tendo purificado o coração e renovado o entendimento, e obtido graça para conhecer e amar a Deus. Isto nos tornará dispostos para obedecer a todos os reclamos divinos, que é o em que consiste o culto legítimo.


Deus requer de Seu povo crescimento progressivo. Devemos aprender que condescender com o apetite constitui o maior embaraço ao cultivo do espírito e à santificação da alma. Apesar de sua adesão à reforma do regime alimentar, muitos seguem regime impróprio. A transigência com o apetite é a causa principal da debilidade física e mental, e é em grande parte responsável pela fraqueza e morte prematura de muitos. Todo indivíduo que aspira à pureza de espírito, deve ter sempre presente que em Cristo há virtude para vencer o apetite.


A Alimentação Cárnea


Se pudéssemos auferir qualquer benefício da condescendência com o desejo de alimentos cárneos, eu não vos faria este apelo. Mas sei que tal não se dá. A alimentação cárnea é prejudicial ao bem-estar físico e devemos aprender a passar sem ela. Os que estão em condições de seguir o regime vegetariano, mas atêm-se às suas preferências, comendo e bebendo o que lhes apraz, a pouco e pouco se tornarão descuidosos das instruções que o Senhor lhes deu no tocante às outras verdades e serão por fim incapazes de discernir estas, colhendo o que semearam.


Aos alunos de nossas escolas não se deve servir carne nem quaisquer outros alimentos que se sabe serem prejudiciais. Nada que possa promover o apetite de estimulantes deve ser posto à mesa. Apelo para os velhos, os moços e os de meia-idade. Negai ao vosso apetite o que vos possa causar dano. Servi ao Senhor com sacrifício.
As próprias crianças devem desempenhar parte inteligente nesta obra. Somos todos membros de uma só família e Deus quer que Seus filhos, tanto moços como velhos, se resolvam a negar-se no apetite e a poupar os meios necessários à construção de casas de culto e ao sustento dos missionários.


Estou habilitada a dizer aos pais: Colocai-vos nesta questão com alma e espírito ao lado do Senhor. Precisamos lembrar constantemente que estamos em juízo perante o Senhor do Universo nestes dias de graça. Não vos quereis libertar das condescendências que vos estão prejudicando? É fácil fazer uma profissão formal de fé; testifiquem, porém, os vossos atos de renúncia, de vossa obediência aos preceitos que Deus estabelece para Seu povo peculiar. Deponde então na tesouraria da igreja uma parte das economias que realizardes por meio desses atos; e não escassearão os meios para realizar a obra de Deus.


Muitos há que sentem não poderem permanecer por muito tempo sem o uso de alimentos cárneos; mas se essas pessoas se colocassem do lado do Senhor, absolutamente resolvidas a andar no caminho pelo qual Ele deseja guiá-las, receberiam força e sabedoria, como sucedeu a Daniel e seus companheiros. Veriam como o Senhor lhes pode dar bom discernimento, e se surpreenderiam ao ver quanto pode ser poupado para a obra de Deus pelos atos de renúncia. As pequenas somas poupadas por atos de sacrifício farão mais para o levantamento da obra de Deus do que os grandes donativos que forem feitos sem renúncia.


Os adventistas do sétimo dia proclamam verdades momentosas. Há mais de quarenta anos o Senhor nos deu luz especial sobre a reforma do regime alimentar, mas de que modo estamos andando nessa luz? Quantos têm recusado viver de acordo com os conselhos de Deus! Como povo, nossos progressos deveriam ser proporcionais à luz que recebemos. Nosso dever é compreender e respeitar os princípios da reforma do regime alimentar. No tocante à temperança, deveríamos haver progredido mais do que qualquer outro povo e, entretanto, há ainda entre nós membros da igreja bem instruídos e mesmo ministros do evangelho que têm pouco respeito pela luz que Deus deu sobre o assunto. Comem o que lhes apraz e procedem do mesmo modo.


Os que ocupam cargo de instrutor e dirigente em nossa causa devem estar firmados no terreno da Bíblia, com relação à reforma do regime alimentar e dar testemunho decidido aos que crêem que estamos vivendo nos últimos dias da história deste mundo. Cumpre traçar uma linha divisória entre os que servem a Deus e os que servem a si próprios.


Os princípios que nos foram propostos no começo desta mensagem são tão importantes e devem ser considerados com tanta consciência hoje em dia como o foram então. Muitos há que nunca seguiram a luz dada com respeito ao regime alimentar. É tempo de tirar a luz de sob o alqueire e fazê-la resplandecer com radiação clara e luminosa.
Os princípios do regime alimentar significam muito para nós, individualmente, e como povo.
Quando pela primeira vez me veio a mensagem da reforma alimentar, eu era fraca e muito débil, sujeita a desmaios freqüentes. Roguei a Deus que me auxiliasse, e Ele me apresentou a grande questão da reforma da alimentação. Revelou-me que os que estão guardando os Seus mandamentos, deverão ser postos em relação sagrada com Ele e, por meio da temperança observada no comer e no beber, conservar o espírito e o corpo nas condições mais favoráveis para o Seu serviço. Essa luz me foi uma grande bênção. Tomei posição como observadora da reforma do regime alimentar, sabendo que o Senhor me fortaleceria. Tenho hoje melhor saúde do que na juventude, apesar da minha idade.
Houve quem alegasse que não tenho seguido os princípios da reforma alimentar, tais como os defendo com a pena; posso, entretanto, dizer que tenho sido fiel a essa reforma. Os membros da minha família sabem que isso é verdade.
"Para a Glória de Deus"


Não estabelecemos regra alguma para ser seguida no regime alimentar, mas dizemos que nos países onde são comuns as frutas, cereais e nozes, os alimentos cárneos não constituem alimentação própria para o povo de Deus. Fui instruída que a alimentação de carne tende a embrutecer a natureza e a privar os homens daquele amor e simpatia que devem sentir uns pelos outros, dando aos instintos baixos o domínio sobre as faculdades superiores do ser. Se a alimentação de carne foi saudável algum dia, é perigosa agora. Constitui em grande parte a causa dos cânceres, tumores e moléstias dos pulmões.


Não nos compete fazer do uso da alimentação cárnea uma prova de comunhão; devemos, porém, considerar a influência que crentes professos, que fazem uso de carne, têm sobre outras pessoas. Como mensageiros de Deus, não devemos testemunhar ao povo: "Quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus"? I Cor. 10:31. Não devemos dar um testemunho decidido contra a transigência com o apetite pervertido? Porventura os ministros do evangelho, que estão a proclamar a verdade mais solene já enviada aos mortais, devem constituir-se exemplo no regresso às panelas de carne do Egito? É lícito que os que são sustentados pelos dízimos dos celeiros de Deus se permitam a condescendência que tende a envenenar a corrente vivificadora que lhes flui nas veias? Desprezarão a luz que Deus lhes deu e as advertências que lhes faz? A saúde do corpo deve ser considerada como essencial para o crescimento na graça e para a aquisição de bom temperamento. Se o estômago não for bem cuidado, a formação de caráter moral íntegro será prejudicada. O cérebro e os nervos relacionam-se com o estômago. O comer e o beber impróprios resultam num pensar e agir impróprios também.


Todos estão sendo agora experimentados e provados. Fomos batizados em Cristo, e, se desempenharmos nossa parte em renunciar tudo o que nos afeta desfavoravelmente, fazendo de nós o que não devemos ser, ser-nos-á concedida força para o crescimento em Cristo, que é a nossa cabeça viva, e veremos a salvação de Deus.
Somente quando dermos atenção inteligente aos princípios do viver saudável, seremos habilitados a ver os males que resultam do regime impróprio. Os que, depois de reconhecerem seus erros, tiverem coragem para reformar seus hábitos; hão de experimentar que o processo da reforma exige lutas e muita perseverança. Uma vez educados os gostos, porém, reconhecerão que o uso de alimentos que antes haviam considerado inofensivos, estivera, pouco a pouco, mas de modo seguro, lançando bases para a dispepsia e outras moléstias.




Testemunhos Seletos - Volume 3, 354 - 360

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