16 de julho de 2012

Modéstia: A flor das etiquetas



Resgate de uma virtude que abrange mais que vestimenta e inclui homens e mulheres.
Recentemente, Wend Shalit escreveu um livro intitulado O Retorno à Modéstia: A Virtude Perdida. A motivação para escrever esse livro surgiu quando a jovem autora se deparou com uma seita judaica que proibia o contato físico entre homens e mulheres, antes do casamento.
No entanto, o que mais a comoveu não foi a postura supostamente ultrapassada e pouco social de mulheres que mantinham o corpo todo coberto, resistindo a uma sociedade que atualmente se encontra impregnada com elementos sexuais. Ao contrário disso, Wend Shalit se viu espantada diante das amigas mais próximas que condenavam e discriminavam a modéstia revelada por essas mulheres.
Depois de empreender uma cuidadosa pesquisa em comunidades judaicas e islâmicas que se caracterizavam por manter elevado nível com respeito ao vestuário e ao comportamento sexual, Shalit chegou à conclusão de que a modéstia é um dom natural que as mulheres possuem. Segundo ela, a modéstia é uma excelente defesa que coloca a mulher fora do alcance de homens que não estão preparados para assumir um compromisso sério e que não estão dispostos a tratá-las com respeito.
As palavras de Shalit fazem eco à seguinte recomendação bíblica, feita pelo apóstolo Paulo: “Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras” (1Tm 2:9).
Desde o início, a comunidade cristã primitiva levou a sério a modéstia. Tertuliano, autor cristão do segundo século, escreveu seis livros especialmente dedicados a esse assunto. Em um deles, recomendava que o cristão não se preocupasse tanto em vestir a toga, típica dos políticos romanos, mas preferisse o pálio, a roupa dos filósofos gregos.
Tertuliano também dedicou outro livro para expor conselhos sobre o modo como as moças solteiras deveriam se vestir. Finalmente, escreveu o livro Modéstia, cujo prefácio declara: “A modéstia é a flor das etiquetas, a honra de nosso corpo, a graciosidade dos sexos, a integridade de nosso sangue, a garantia de nossa descendência, a base de nossa santidade e o indício de que temos boa disposição.” Certo cristão anônimo disse que “a modéstia é o forte que guarda o castelo e o quadro que destaca a pintura”.
Portanto, existem boas razões para que nos vistamos com modéstia e recato. A modéstia faz parte da tradição cristã, embeleza a pessoa e protege nosso corpo da tentação e dos avanços de pessoas levianas.
No entanto, os princípios da modéstia não são a mesma coisa que uma série de regras legalistas impostas à mulher. Padrões de modéstia fazem parte da cultura de um povo e podem ser usados, com boa ou má fé, a fim de perpetuarem o domínio de certas pessoas sobre outras. Por isso, é preciso que a modéstia seja vista como reflexo de algo maior que a maneira de nos vestirmos, ou seja, deve incluir nossa fala e nossas intenções, bem como ser aplicada indiscriminadamente a homens e mulheres.
A modéstia começa no coração e, por essa razão, está sempre na moda diante de Deus.
Tânia M. L. Torres – Esposa de pastor e professora no Unasp, Engenheiro Coelho, SP.
Fonte: Sétimo Dia

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