Recentemente recebemos uma pergunta de uma querida leitora, sobre o tema da modéstia cristã. Sabemos que a pergunta dela é também a de centenas de outras mulheres que nos visitam diariamente, por isso, decidimos escrever um post específico sobre esse assunto. Desde já, agradecemos à amiga que nos enviou a pergunta, por contribuir conosco, sugerindo que escrevêssemos mais sobre o tema!
A dúvida de nossa amiga é: “não posso colocar nem um brinquinho de bolinha pra ficar mais feminina??”
Esse assunto, como todo assunto que envolve o abandono do EU e de suas próprias vontades, não é um assunto fácil de se tratar. Mas nem por isso, deixaremos de falar sobre ele.
Vamos começar então com uma orientação bíblica: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos;” I Pedro 3: 3-5.
Nesse texto, nós, mulheres cristãs, somos chamadas a tomar posse de um adorno diferente. Um adorno que não se vende em lojas, o qual dinheiro algum pode pagar – um caráter aperfeiçoado no Senhor! Esse texto pode ser usado tanto para a questão das jóias como para o adono em geral.
Alguns argumentam que o adorno é importante para que as mulheres fiquem mais femininas. Bem… jóias não são importantes para garantir a feminilidade de ninguém! Deus fez a mulher diferente do homem, e em cada um colocou as características necessárias para garantir que houvesse disitinção, e que ela fosse feminina através das formas corporais distintas dadas por Deus. Além disso, hoje, diversos homens utilizam jóias. Sendo assim, uma mulher que use um brinco não se torna mais feminina devido ao brinco, do que um homem que também usa brinco. Compreende que a marca do feminino não depende desse tipo de adorno? Cintura, seios, quadril e diversos traços já nos foram dados por Deus para que fôssemos femininas na medida que Ele deseja.
Outros argumentam que o uso de jóias colabora para uma boa autoestima. Não vou negar que o cuidado com a aparência pode ajudar de alguma forma a autoestima de alguém. Na verdade, considero muito importante o autocuidado e a valorização do corpo que nos foi confiado por Deus para administração. “Deus ama o belo.” A Ciência do Bom Viver, p. 370. Ele não deseja que andemos por aí descuidadas e feias. O problema é: qual o conceio de feio e bonito que temos usado?
Muitas vezes, os padrões de beleza e felicidade pelos quais nos guiamos são os padrões mundanos. Padrões criados por homens, e que mudam de acordo com seus interesses. Diferente de Deus que é eterno e possui padrões eternos. Quando reconhecemos quão belas fomos criadas por Deus, e que ao cuidarmos de nosso corpo, o templo de Seu Santo Espírito, estamos valorizando a beleza de Sua criação, nosso conceito de beleza muda e nossa autoestima torna-se coerente com esse novo conceito!
No Éden, Adão e Eva andavam nús. Quando o pecado entrou no mundo, eles receberam roupas e não adornos. Eles receberam aquilo que lhes era necessário, e não o supérfulo. Isso não tornava Eva menos feminina ou menos bonita que as mulheres que vieram depois dela e que iniciaram a utilização de jóias e adornos.
Tendo como base as orientações divinas sobre modéstia, a Igreja Adventista do Sétimo Dia permite o uso de jóias funcionais (aquelas que possuem outra função que não o adorno). Um exemplo clássico das jóias funcionais é a aliança de casamento, que possui significado em nossa cultura. Contudo, mesmo no uso da aliança de casamento devemos observar os princípios da modéstia cristã. Essa jóia possui uma única função – ser símbolo de uma união matrimonial. Infelizmente, muitas irmãs têm se aproveitado dessa permissão para tornar suas alianças verdadeiros anéis adornados com pedras e texturas as mais diversas, que além de chamar a atenção, tornam-se financeiramente dispendiosas.
No livro “Adventistas e Jóias“, o Dr. Angel Manuel Rodriguez, ao falar sobre as jóias funcionais, chama a atenção para dois bons exemplos: “Por exemplo, oficiais militares usualmente expõem insígnias e medalhas que identificam suas patentes e atos de bravura. Esta é uma prática cultural bem aceita e a igreja pode considerar este tipo de jóia como funcional. Outro exemplo: o anel de formatura parece apenas servir para mostrar nossa superioridade sobre outros que, por inúmeras razões, não alcançaram o mesmo que nós, academicamente. É esta uma jóia funcional propícia? Provavelmente não.”. Eu acrescentaria, ainda, que poucas pessoas ao olharem uma mão com um anel de formatura identificam exatamente o que aquilo significa. O diploma recebido na formatura já é a nossa confirmação do grau cursado. Quando as pessoas nos vêem com uma aliança no dedo anelar da mão esquerda elas deduzem que somos casadas, mas quando nos vêem com um anel em qualquer um dos dedos, deduzem o que? Elas olham e pensam “ah, essa moça é formada em direito”, ou “em jornalismo”, etc..? Não. Sabemos que não!
“A abnegação no vestir faz parte de nosso dever cristão. Trajar-se com simplicidade, e abster-se de ostentação de jóias e ornamentos de toda espécie, está em harmonia com nossa fé. Somos nós do número dos que vêem a loucura dos mundanos em condescender com a extravagância do vestuário, bem como com o amor das diversões? Se assim é, cumpre-nos ser daquela classe que foge a tudo quanto sanciona esse espírito que se apodera da mente e coração dos que vivem apenas para este mundo, e que não pensam nem cuidam no que respeita ao mundo vindouro.” Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 350.
“Muitos se enganam pensando que a boa aparência e os vistosos atavios lhes conquistam a consideração do mundo. Mas os encantos que consistem apenas no adorno exterior, são superficiais e mutáveis; não se pode confiar neles. O adorno recomendado por Cristo a Seus seguidores, nunca desmerecerá. Diz Ele: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura de vestes, mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.” I Ped. 3:3 e 4.” Mensagem aos Jovens, p. 345
Queridas amigas. Nosso objetivo nesse mundo é mais nobre do que imaginamos. Somos chamadas a refletir o caráter de Cristo. Enquanto viveu aqui, Jesus não ostentou nada para si, mas viveu em função das pessoas e por fim, morreu em função da minha e da sua Salvação! O mesmo Deus que nos criou lindas e com adornos naturais, expressos em tonalidades de pele, olhos, cabelo, entre outros aspectos corporais, também nos salvou da escravidão do Eu e da vaidade. Ele nos chama a ter um caráter tão belo que sobressai a qualquer jóia que o mundo possa admirar.
“Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” I Timóteo 2:9. A simplicidade no vestir (incluindo o uso de qualquer tipo de ornamento) nos é solicitada por Deus! Muitas vezes, a jóia que você deseja usar é muito barata, e você pode me dizer “é simples Karyne!”. Mas nada que satisfaça somente ao EU deve ser considerado simples. Por menor que seja o adorno, Ele pode ser uma enorme porta fechada para o Senhor!
Ore a Deus, peça orientação diretamente dEle. Ele está disposto a te orientar como deve agir, o que deve usar e vestir! Quando Ele te disser o que deve fazer, faça, sem hesitar!
Fonte: Mulher Adventista
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